domingo, 28 de agosto de 2011

Dodecaedro TX II com arestas de icosidodecaedros

Dodecaedro TX estruturado, nas arestas, por um número ímpar (neste caso, cinco) de icosidodecaedros, até um número infinito (até à aresta sem espessura), concatenados por ligação arestal, manifestando, assim, uma Estrutura Semi-Frágil.




Dodecaedros Rômbicos TX

1) Formado, nas arestas, por um número ímpar (neste caso, cinco) de icosaedros, até um número infinito (até à aresta sem espessura), concatenados facialmente, em manifestação de Estrutura Forte.

2) Formado, nas arestas, por um número ímpar (neste caso três) de octaedros, até um número infinito (até à aresta sem espessura), concatenados facialmente, em manifestação de Estrutura Forte.

3) Formado, nas arestas, por um número ímpar de cuboctaedros (neste caso, três), até um número infinito (até à aresta sem espessura), concatenados facialmente, em manifestação de Estrutura Forte.

Dodecaedro Semi-regular TX (inclassificado)

Este Dodecaedro Semi-regular TX (inclassificado) é formado, nas arestas, por um número ímpar (cinco, neste caso) de tetraedros truncados, até a um número ímpar-infinito (até à aresta sem espessura), de concatenação facial (em manifestação de Estrutura Forte).


Icosidiedro TX (com cintura de Leis de Maclas)

O Icosidiedro (22 faces) TX é formado, nas arestas, por um número ímpar de icosaedros (neste caso, cinco) até um número infinito (até à aresta sem espessura), concatenados facialmente (em manifestação de Estrutura Forte), sendo que apresentam na cintura intermédia, da dipirâmide-cômputo, maclas (azuis).
N

A real morfologia do Dodecaedro TX (com leis de maclas hexagonais e pentagonais)

A real morfologia do Dodecaedro TX (descoberta de 5.6.2010, corrigida em 28.6.2011) com o acréscimo de leis de maclas (adjuntores intersticiais) pentagonais e hexagonais.
Explicando melhor: o dodecaedro é constituído, nas arestas, por um número ímpar de icosaedros truncados (neste caso, - o mínimo - três) até ao infinito (até à linha sem espessura).
Sucede que, em duas opostas das suas faces, os icosaedros truncados estão concatenados unicamente por uma ligação arestal, numa manifestação evidente de Estrutura Semi-Frágil.
Nas restantes, e alternadamente, o Dodecaedro TX apresenta faces em que os icosaedros truncados estão facialmente conectos (em manifestação de Estrutura Forte - daí a ambiguidade ou complexidade do cômputo) com uma distância que é preenchida por meio de Leis de Maclas (linguagem de Deus) pentagonais (amarelas) e hexagonais (vermelhas).


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Proverbial Circunvoluir Pelo Mundo

– Proverbial Circunvoluir Pelo Mundo –
UMA PEÇA RADIOFÓNICA
De Jorge Taxa
#(Ouve-se baixinho os ruídos de uma normal estação de comboios: vozes das pessoas e vozes metálicas dos locutores da dita estação, passos, comboios a chegar e a partir, que acompanharão a seguinte conversa)#
O Primeiro Viajante – Olá, bom dia... Sabe, não o conheço, mas estava um bocado aborrecida...
O Segundo Viajante – Ahh... Bom dia... Não se preocupe. Eu também não tenho nada que fazer agora.
O Primeiro Viajante – Está à espera que o comboio parta, não é? Estas esperas querem ver até onde vai a minha ansiedade...
O Segundo Viajante – Deixe lá, está quase a partir. Felizmente, temos lugar sentado.
O Primeiro Viajante – Enquanto viajo, trago sempre o meu livro de provérbios de propósito para estas esperas. Sabe qual a definição de provérbio? Sentença moral ou conselho da sabedoria popular, adágio, ditado, máxima.
O Segundo Viajante – E de popular, a definição? Relativo ou pertencente ao povo, usado ou comum entre o povo, vulgar, notório.
O Primeiro Viajante – Proponho – e proposta também começa por P –, que – enquanto esperamos que o comboio parta, ou enquanto que ande um pouco que seja – joguemos um jogo. Esse mesmo – o dos provérbios populares.
O Segundo Viajante – Você dirá provérbios populares e eu direi máximas e reflexões particulares.
O Primeiro Viajante – Eu direi provérbios populares internacionais – um de cada país –, numa viagem à volta de todas as culturas do planeta – já que a minha viagem, neste comboio, é à volta do mundo – com as novas linhas sobre o mar! Hé! Hé! Hé!
O Segundo Viajante – Eu direi máximas e aforismos de dois dos maiores pensadores e poetas alemães: Johann Goethe e Friedrich Nietzsche – já que a minha viagem neste comboio é até à Alemanha. Porém, para não me repetir demasiado, poderei acrescentar provérbios propriamente lusos – parecendo ser, estes, os únicos que aqui faltavam.
O Primeiro Viajante – Atenção, olhe o revisor de bilhetes... Tem o bilhete?
O Revisor de Bilhetes – Olá, bom dia! Os bilhetes, se fazem o favor.
O Primeiro Viajante – Aqui tem.
O Segundo Viajante – Aqui está.
#(Ouve-se os ruídos da obliteração, com um furador, dos bilhetes)#
O Revisor de Bilhetes – Ora... Então, muito obrigado aos dois. Boa viagem!
#(Ouve-se o ruído do comboio a partir, apitos. E, a partir daqui, acompanhará – o ruído da sua locomoção – a seguinte conversa)#
O Primeiro Viajante – Olhe, o comboio está a partir. Iniciemos o nosso jogo. Começo eu, com um provérbio francês: ”Quanto mais se come, maior é a fome”.
O Segundo Viajante – Que moral de alarves! Respondo com uma máxima de Nietzsche, intitulada O instinto – “Quando a casa está a arder, esquecemo-nos até do almoço. – Sim: mas depois comemo-lo sobre as cinzas”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio italiano: “No fim do jogo, o rei e o peão voltam para a mesma caixa”.
O Segundo Viajante – Parece a condicionante e termodinâmica entropia de cada corpo, seja de que estrato for. Indico uma máxima, que vem da memória, de La Rochefoucauld: “Nem o sol nem a morte se podem olhar fixamente”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio inglês: “No meio do caminho está a virtude”.
O Segundo Viajante – Será uma moral do meio-termo, da áurea mediocritas temperada contra o excesso tropical; ou, então, uma moral do equilíbrio, da deusa Nemésis; ou, ainda, uma moral da erva, do rizoma, do “que começa pelo meio”. Vou indicar uma máxima de Goethe, sendo aqui, o meio, o perigo: “Tanto as pessoas tontas como as sensatas são inofensivas. Pelo contrário, os meio-tontos/meio-sensatos, esses são perigosíssimos”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio escocês: “O sorriso custa muito menos que a electricidade e dá muito mais luz”.
O Segundo Viajante – Deduzo que esse provérbio seja pós-electricidade – por isso, até bem recente. Por outro lado, segundo Albert Camus, n’O Homem Revoltado, “Da justiça mais electricidade, passou-se à electricidade sem justiça”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio irlandês: “Quando estás certo, ninguém se lembra; quando estás errado, ninguém esquece”.
O Segundo Viajante – O problema é quando os humanos começam por errar – o que, enfim, seria o mais natural –: porque depois, mesmo que acertem, ninguém mais se lembra deles. Preferia uma terapêutica máxima de Nietzsche, intitulada precisamente O Corajoso: “Mais vale a inimizade de um bloco, do que uma amizade feita de pedaços de madeira colados”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio alemão: “Quem queimou a língua, nunca se esquece de soprar a sopa”.
O Segundo Viajante – É o caso do nosso provérbio luso: “Gato escaldado, de água fria tem medo”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio da Boémia: “Para os erros alheios, temos os olhos de um lince; para os nossos próprios, os olhos de uma toupeira”.
O Segundo Viajante – Essa condicionante auto-míope relativamente aos defeitos, procuraram os filósofos, desde sempre, resolvê-la. Vou responder com um preceito goetheano: “Um grande erro: ter-se alguém, a si mesmo, por mais do que se é, ou apreciar-se, a si mesmo, por menos do que se merece”.
#(Ouve-se o ruído da paragem da locomoção do comboio, apitos. Passa-se a ouvir ruídos de uma estação)#
O Primeiro Viajante – Olhe, o comboio parou. É um apeadeiro…
O Segundo Viajante – Vamos fazer uma pausa.
O Primeiro Viajante – Vamos!
#(Os ruídos da estação vão diminuindo, até ao silêncio total)#

– INTERVALO –
#(Ruídos da estação. Ouve-se o ruído do comboio a partir, apitos. Segue-se o ruído normal da locomoção, concomitante da seguinte conversa)#
O Primeiro Viajante – Ufa! Afinal o comboio voltou a arrancar! Voltamos aos provérbios?
O Segundo Viajante – Claro, força nisso!
O Primeiro Viajante – Então, aí vai – um provérbio americano: “Não há divertimento na medicina, mas há muita medicina no divertimento”.
O Segundo Viajante – Hoje em dia – na era do Dr. House –, até já há, de facto, algum divertimento na medicina. Contudo, deixaria por sinal uma mensagem a eventuais médicos psiquiatras que estivessem a ouvir-nos – é uma máxima de Nietzsche: “A loucura é rara nos indivíduos, – mas é a regra nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio africano: “Todo o homem idoso que morre é uma biblioteca que incendeia”.
O Segundo Viajante – E Goethe corrobora, reflectindo sobre o momento anterior a essa morte: “Um velho e gasto camelo é sempre capaz de levar a carga de muitos burros”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio turco: “Quem procura um amigo sem defeitos, nunca terá amigos”.
O Segundo Viajante – Não aceitar qualquer defeito no amigo, seria não aceitar os defeitos do próprio no amigo, sem considerar ainda o fascismo que seria não aceitar no amigo outro tipo de defeitos que não os do próprio. Cito, então, uma máxima de Goethe: “Sabe acaso o pardal de que humor está a cegonha?”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio hindu: “Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado, um amigo que espera; esquecido, uma alma que perdoa; destruído, um coração que chora”.
O Segundo Viajante – Um provérbio sage, sem dúvida, ao qual acrescento estoutro de Goethe: “Certos livros parecem ter sido escritos, não para que deles se aprenda algo, mas antes para que se saiba que o autor aprendeu qualquer coisa”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio chinês: “A mais alta das torres começa no solo”.
O Segundo Viajante – Mais do que confucionista, como a asserção parece arborescente e não rizomática, parece também denotar curiosas inflexões marxistas, pela via do imperialismo maoísta, com a sua Babel pedestre. Caso para ripostar com o nosso luso “Pouco manda quem quer que muito lhe obedeçam”. Mas, por paradoxo, pode até ser rizomática: pois é pela base que se derrubam as árvores, como focando o ponto mais frágil do que é elevado.
O Primeiro Viajante – Um provérbio tibetano: “Pense duas vezes, antes de aceitar mel oferecido numa faca bem afiada”.
O Segundo Viajante – Será esse provérbio anterior ao mito helénico da espada de Dâmocles, o qual, por seu turno, parece parabolizar o poder – ou, mais propriamente – parabolizar o lugar do poder? Caso para retomar o luso: “Filho és, pai serás, assim como fizeres, assim acharás”.
O Primeiro Viajante – Um provérbio japonês: “Tropeçamos sempre nas pedras pequenas; as grandes, vêmo-las logo”.
O Segundo Viajante – Uma doença fatal pode, por exemplo, ter início numa bactéria minúscula. Lembro-me, assim, de uma máxima de Goethe: “As maiores dificuldades estão onde não as procuramos”.
O Primeiro Viajante – E, para finalizar, um provérbio árabe: “Quem estuda e não pratica, o que aprendeu, é como o homem que lavra e não semeia”.


O Segundo Viajante – O lema reflecte curiosas inflexões empíricas ou também pragmatistas. Seria necessário datar precisamente estes provérbios – ou não sobrará alguma mistificação na arqueologia pós-moderna, para a qual nos avisam já alguns estruturalistas? Por outro lado, já estão de novo os lusitanos a dizer-nos que: “Quem semeia ventos, colhe tempestades”.
#(Ouve-se o ruído do comboio a parar com travões e apitos. Volta a ouvir-se os ruídos da estação)#
O Primeiro Viajante – Olhe! Parou… O comboio. Mesmo na foz do nosso proverbial circunvoluir pelo mundo…
O Segundo Viajante – E o revisor está de volta...
O Revisor de Bilhetes – Ora, com licença, com licença... Vossas excelências podem aproveitar para visitarem o apeadeiro. Desta vez, o comboio vai ficar parado durante vinte minutos. Muito obrigado!
#(Ouve-se ruídos dos dois viajantes a levantarem-se. Volta a ouvir-se os ruídos da estação, que acompanham a seguinte conversa)#
O Primeiro Viajante – Bem, já que vamos visitar o apeadeiro, proponho agora que baptizemos esta carruagem com um momento dialógico e poético apropriado, de maneira a despedirmo-nos dela por um quarto de hora.
O Segundo Viajante – Na minha estival bonomia, também bastante filantrópica, é-me natural voltar a concordar. Venha, então, daí essa verve! Venha daí esse estro! Venha daí essa inspiração! Venha daí esse stimmung!

O Primeiro Viajante – Provérbios a terminar,
Agora, que o comboio pára
Carruagem a baptizar
Com aspergir que… aclara!

O Segundo Viajante – A todo-o-vapor com o Pamplinas,
Canto a Magical Mistery Tour
The General em curvas traquinas:
Há montanhas?… Que as fure!


#(Os ruídos da estação vão diminuindo – enquanto começa, por seu turno, o tema Magical Mistery Tour, dos Beatles)#
– FIM –

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