sábado, 16 de abril de 2011

FANFARRA DO ANTICRISTO

Ipoesia / QUE IMPORTA UM TEMPO / FANFARRA DO ANTICRISTO / 1 Qu’import’um tempo / sem tempo p’ra MIM? / Quase rebento / Ao ver-T’assim / O crucifixo / Junt’ao pescoço... / Mas que prolixo / Sinal de fosso / Cristo anarca, / Delinquente, / Qu’o mundo arca / Dentro a serpente... / Coloco-T’a / Fatal questão: / Confessa-a: / A compaixão / T’arrenego, vai! / E o símbolo – cruel, demente – / Escorrega, cai / Sangu’em Belez'àssaz ardente!... / – Mais um prego, Pai! / Diz Jesus pr’ó seu carrasco…/ Os pecados dai / A S. Paulo e ao seu fiasco… / 2 Cristianismo / Religião / D’alto cinismo / E castração / A TUA crença / Supra-terrena / Tensa doença / Que mete pena! / É qu’o Além / Do sacerdote / Inferno tem / Aqui um lote! / Padre obsceno, / Anti-natura, / Mete veneno / E diz que cura! / Que mentira sai! / A do jovem plebeu / Presunção, achai / Neste Édipo Judeu… / Do mal, as flores / Do Bem, conservadorismo / Livres, os senhores, / A justiça, um arcaísmo / 3 A Irmã Luz / Sem a prioris / Agit’à cruz / No clitóris / Estranha moral / Qual parasita, / Sug’àfinal / O bom da fita / Má-consciência / Ressentimento / Mas que potência / De sofrimento / É reactiva, / Uma tal força / Fica cativa / Já nem escorça… / Crise de valores… / A vida perdeu o sal / Por que não TE pores / Par’Além de Bem e Mal / Relatividade / É a essência dos valores / No campo e na cidade / No país pr'a onde fores / 4 Que negativo, / Este devir / Pr’a MIM que vivo / Pr’ò qu’há-de vir / Devir eterno, / Retorno vário, / Algo alterno / No MEU fadário / Futuro bom / Presente a dar / Revolução / Sem demorar / Isto já salva / Do dito Além / De testa calva / Podre também / Essa lei moisaica, / Tábu’àssaz normativa / Hoje, bem prosaica; / Outrora, exclusiva… / Tem, pois que finar / O antigo ideal / Transavaliar / Deste modo, – imoral! / 5 Milagres são... / A Terra gira / Real lição / Qu’o douto tira / Ouve o mouco / O’strepitoso / Jesus é louco / Ou mentiroso / Filho de Deus? / Grande mentira! / A olhos MEUS, / Alvo na mira / Esta loucura / De multidões / É regra pura / Em milhões, bilhões... / Ética, Moral, / Dois conceitos bem diversos / Onde Bem e Mal / São, prudentemente, inversos! / Estrelas de mil cores / Deste amigo dos vilões / Dos partos, as dores / Das mortes, ressurreições! / 6 Causalidade / Destes dementes / É a verdade / Pres’à correntes / Pergunto-T’EU / (a ferro quente) / Serei, EU, O ateu? / Ou TU, A crente? / A despedida / Do Anti-Cristo / Vem na medida / Do nunca visto! / Sem o asseio / Nem gratidão, / O Bicho-feio / Fica malsão! / T’arrenego, vai! / E o símbolo – cruel, demente – / Escorrega, cai / Sangu’em Belez'àssaz ardente!... / – Mais um prego, Pai! / Diz Jesus pr’ó seu carrasco… / Os pecados dai / A São Paulo e ao seu fiasco… / 7 Bela fanfarra / Fez já o Cão / A cimitarra / Golpeia, então!

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